Tentativa de rapto

Fiquei petrificada com esta notícia do correio da manhã. Leiam e tenham cuidado com as vossas crianças. Faço apenas uma simples pergunta:será que nem à vontade podemos andar a passear com os nossos bebés? O que é que aquela mãe tinha feito se, na sua presença, lhe tivessem levado o seu bebé dos seus braços? valeram-lhe os populares que lincharam o raptor.... que mundo onde vivemos? os nossos bebés já nem nos nossos braços estão seguros? Eu morria.......



A Polícia Judiciária está a investigar se o homem que tentou roubar um bebé de um ano, em Alfama, Lisboa, na noite de 10 de Junho, agiu por loucura – ou se estava a mando de uma qualquer rede de tráfico de crianças.

A mãe e a avó saíram com o pequeno Rodrigo, sentado no seu carrinho, para comprar farturas, quando foram atacadas por um homem de traços africanos. “Dá-mo. O bebé é meu”, disse o estranho à mãe, enquanto puxava a criança pelos braços e pela cabeça. Rodrigo foi salvo pela força dos populares.Estava uma noite de Verão e, ali a dois passos, davam-se os últimos retoques para a grande noite dos Santos Populares. Carla Santos, de 22 anos, acabou de jantar e saiu com a sogra e o filho do café da família, na Rua do Jardim do Tabaco, em direcção ao Largo do Chafariz de Dentro, ainda não eram 22h30.Não andaram mais de 50 metros até que esbarraram “naquele monstro”, “grande e forte”, com cerca de 40 anos e “traços do Norte de África”, agachado “entre uns caixotes”. “Pensei que fosse um bêbado e seguimos”, disse ao CM Carla Santos.Compraram as farturas, mas, no regresso, “o homem saltou dos caixotes, começou a andar à roda com o carrinho, a abaná-lo e a puxar a criança com toda a força, primeiro pelas pernas, depois pela cabeça”. Os populares juntaram-se e o agressor foi quase linchado por “mais de vinte pessoas”. Depois chegou a PSP e, “para o deterem, a resistência foi tanta que foram precisos sete agentes e dois pares de algemas...”.Presente a Tribunal, aquele homem, conhecido na zona como arrumador de carros, ficou em prisão preventiva. Ao que o CM apurou, o perigo de fuga e a sua violência terão estado na origem da decisão."TÍPICO DO CRIME ORGANIZADO"O tráfico de crianças “é uma actividade típica da criminalidade organizada e transnacional – e suscita grandes preocupações ao nível da União Europeia e das Nações Unidas”, adiantou ontem ao CM Rui Pereira, professor de Direito e presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo. Este crime tem por objectivo “subtrair recém-nascidos ou crianças muito novas aos pais, para lhes atribuir nova identidade”. Portugal não está à margem destas preocupações e, no novo Código Processo Penal, o tráfico de pessoas – que actualmente só constitui crime se tiver como finalidade a exploração sexual – será também punido em casos de exploração de trabalho ou colheita de orgãos. Estes crimes vão passar a ser punidos de dois a dez anos de prisão, se a vítima for adulta – e de três a doze anos de cadeia, para o agressor, sempre que se trate de uma criança.